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- Sintaxe Espacial e tridimensionalidade: estudo exploratório de ferramentas digitais
Este trabalho investiga o porquê de ainda serem recorrentes publicações que alegam a falta de recursos tridimensionais em Sintaxe Espacial mesmo após 25 anos das primeiras discussões e propostas de ferramentas digitais para este fim. Para responder a esta questão foi desenvolvida uma pesquisa de caráter exploratório que se dividiu em duas etapas. Na primeira buscou-se compreender o estado da arte e o cenário das aplicações das ferramentas digitais em Sintaxe Espacial e como estas estiveram ligadas ao desenvolvimento da Teoria. A metodologia desta etapa consistiu- se em uma revisão de literatura sistematizada sem metanálise nos anais dos 12 Simpósios Internacionais de Sintaxe Espacial. A escolha desta fonte de dados se deve à autoridade da mesma frente à comunidade de pesquisadores da área e pelo fato de ter abrangência internacional. Foram também consultados trabalhos de outras fontes, quando pertinentes, além de relatos pessoais dos próprios criadores de algumas ferramentas. Estabeleceu-se assim, um panorama histórico e estado da arte das ferramentas digitais em Sintaxe Espacial, que foi possível devido a criação das de variáveis como: 1) Ano de origem da ferramenta; 2) estrutura (standalone software ou plugin); 3) ambiente (CAD, SIG, BIM ou algorítmio/paramétrico) e capacidade analítica (tridimensional ou bidimensional). Uma vez catalogadas e sistematizadas, percebeu- se a lacuna nas análises tridimensionais que incluam a topografia. Sendo assim, a segunda etapa consistiu em submeter partes do tecido urbano da cidade de Ipatinga- MG a uma análise prática com a ferramenta CONFIGURANIST, plugin para Grasshopper/Rhinoceros que permite inserção do elemento topográfico urbano. A partir disso, são avaliados traços gerais da ferramenta, tendo como plano de fundo a informações do histórico e desenvolvimento das ferramentas. Os resultados do trabalho apontam que à medida que as cidades se tornam mais complexas, surge também a necessidade de abordagens capazes de captar suas diversas propriedades. Estas abordagens, em especial com a Sintaxe Espacial, estão intrinsecamente associadas ao seu ferramental digital. A abrangência dessas análises depende do aprimoramento de suas ferramentas, mas também devem ser acompanhadas de discussões e embasamento teórico que as suporte. Em totalidade, as ferramentas 3D encontradas para Sintaxe Espacial realizam análises de isovistas. Elas são standalone softwares ou complementos para Grasshopper/Rhinoceros. Análises com topografia em Sintaxe Espacial são escassas ou quase nulas, mas outras ferramentas em linhas analíticas próximas estão sendo usadas para suprir a limitação. Conforme se relatou neste trabalho, à par das ferramentas que possibilitaram o aprimoramento das análises sintáticas, outras houve que não levaram à frente o aprofundamento das métricas, resultando em esforços que pouco foram absorvidos pela comunidade dos pesquisadores. De todas as ferramentas digitais 3D encontradas, o plugin CONFIGURBANIST foi a que mais se aproximou do contexto sintático e que possibilitou a inclusão do relevo urbano em suas análises. Ainda que a proposta trazida por Nourian para inclusão do elemento topográfico não seja exatamente “sintática” ilustra o esforço para se tentar compreender a influência do relevo urbano na escolha de rotas entre os pedestres.
Palavras-chave: Sintaxe Espacial. Análises tridimensionais. Ferramentas digitais.